Monday 18 October 2010

Halong Bay, Vietnam


"Find what you love and let it kill you."

Emptiness. Laying on the beach for hours just staring at the sky, can't find anything but blues and clouds, makes me wonder how easy is living, how boring is not moving.

Few days ago, far from here I was at this place, a beautiful and unique bay, doing the same thing, floating in that blue turquoise water in the middle of the night just staring at the stars, what a moment, knowing how deep that place was, not knowing what could be under water, all this made me feel so full of life, couldn't stop smiling like a child.

This kind of a moment is so intense that you just forget about everything, you don't want to eat, you don't want to sleep, you don't want to rest, you do want to freeze that moment like in a paint and stay there forever, with your arms wide opened, your lungs full of air and just pretending that you are flying around.

Everyone's back at the boat, sleeping, dreaming in a magic swinging of the waves, and I was out there, living the real thing, and suddenly I saw it, lights everywhere under me, first I was afraid and then I realise what that was: phosphorescence. 

Phosphorus is a bacteria that can be found around South Asian's sea, and it produces exquisite lights underwater when you move around it, and as lucky as I never imagined I could be, found myself swimming in one of the most beautiful places in the world involved in shiny and bright light, alone. No witness, only my being. 

Who knows when this sort of a thing is going to happen again, hard to say, once in a lifetime experience, probably will be part of conversations around friends, when everyone's response will be an open mouth and disbelief, some asking desperately to explain or to show photos, some of them just thinking that I'm trying to show off with made up stories from abroad, but the truth is, I'll never be able to really explain what a feeling that was.

One day I'll be back at the office again, in my desk, behind my computer, boiling my brain, stressing my nerves and trading my soul, and that memory will be my resort, I'll fish a smile whenever I need it, I'll heal my body with that good feeling and I'm gonna buy my soul back whatsoever, because my soul was blessed that night and can't be traded for silly money.

Saturday 16 October 2010

Trilhas sonoras da estrada e para a vida

Numa viagem pelas montanhas do Laos, eu pensava comigo qual seria a religião do motorista, o quão parecido com paraíso seria o lugar em que ele imaginava ir após sua morte, e qual seria a qualidade de vida que ele levava naquele momento a ponto de avaliar qual seria melhor, pois a velocidade em que ele levava seu ônibus naquelas curvas à beira de precipícios me deixou bem preocupado.

A última vez que experimentei tamanha aventura foi no Peru, num taxi dirigido por um japonês doido por Roberto Carlos e que dizia a todo momento o quão "hermosas" eram as montanhas de picos nevados. Nunca imaginei que seria tão complicado e "peligroso" ir em busca de uma passagem de trem para Machu Picchu.

Ultimamente uma de minhas preocupações é a trilha sonora para minhas viagens, parece bobo mas quando se volta pra casa é bom ter aquela música como parte da lembrança, ou mesmo quando toca no rádio inesperadamente e a recordação do lugar vem automaticamente, não tem preço. Lembro das caminhadas pela Chapada Diamantina na Bahia acompanhadas por Morcheeba, da trilha sonora de Marie Antoinette na França e Renato Russo pela Itália afora, acho então que Jack Johnson tem sido uma boa escolha para o Laos até agora.

Venho guardando Jimmy Hendrix pro Vietnam - campos de arroz, cheiro de pólvora no ar, sangue na vegetação, helicópteros passando sob sua cabeça no ar e pacotes de Marlboro amarrados no capacete, guerra meu irmão, Vietcongues por todo lado e Hendrix na cabeça, aposto que muito americano morreu por lá sem ao certo distinguir a diferença entre o som da metralhadora e a guitarra de Hendrix.

Thailandia ? Bob Marley meu amigo, nada mais, nada menos..

Dica para serras intermináveis e curvas ao longo de montanhas : barriga vazia, garrafa d'água e uma caixa de chicletes. Diga adeus as náuseas.

Tenho a impressão de que o interior dos países são todos iguais ao redor do mundo, população ribeirinha vivendo da pesca e morando em casas de pau à pique, outros morando nas encostas dos morros sobrevivendo dos animais que criam e dos vegetais que plantam, crianças na faixa dos 2 aos 5 anos de idade vivendo livremente soltas por todo lado, gente transportando todo tipo de coisas em baús de palha nas costas ou na cabeça, entre mil outras semelhanças que já vimos no sertão brasileiro ou que bem sei existe nos altiplanos bolivianos.

Seriam eles, os simples habitantes, capazes de experimentar a vida urbana e algum dia desistir e voltar as suas origens, vivendo de pouco saneamento básico e higiene, sem a modernidade de hoje em dia, desligar-se do materialismo que consome milhões de pessoas nas grandes capitais ? Como seria se houvesse essa opção depois do choque cultural e adaptação, teriam eles a coragem de largar tudo e voltar ?

Difícil dizer. Seria mais ou menos como o pássaro capturado, apesar de ter a mordomia de uma casa, água, comida e alguém sempre assobiando ao seu redor, provavelmente passaria a vida lembrando do quão extenso era o céu, quanta falta lhe faria seus mergulhos em queda livre e sua liberdade acima de tudo. Fácil é entender as razões pelas quais o inverso acontece, tantos suburbanos deixando a cidade em busca desses refúgios da pré-história.

Eu mesmo já me perguntei diversas vezes, seria muito fácil minha adaptação em tais lugares, viveria como pescador, plantaria, caçaria e teria todo o tempo do mundo para meu amor e meus filhos, mas daí vem a família e amigos, que moram lá longe nas cidades grandes, a falta deles me mataria, me faria querer ter mais, um carro, mais dinheiro pra poder visitá-los e então todo o plano vem por água abaixo.

Bom, por enquanto sigo pelas tortuosas estradas da vida, hora me matando de estudar e trabalhar, hora aproveitando cada segundo que essa vida me reserva...

Laos, primeiras impressoes e minas-terrestres

Laos, aposto que você nunca ouviu falar deste lugar, estou certo ?

Quente, árido, comida apimentada, cerveja barata e resquícios de várias guerras por todo lado, essa é a primeira impressão quando se chega na capital, Vientiane.

Embaixadas fortemente guardadas mostram também quantos países tentaram conquistar e manter Laos como base logística na Ásia, interessante mesmo é ver o quanto de francês ficou em nome de ruas, monumentos e prédios ao redor.

Fato: Os Estados Unidos gastaram 9 milhoes de dolares por dia bombardeando Laos durante a guerra do Vietnam que acabou em 1975, porem muitas dessas bombas e minas terrestres continuam ao redor espalhadas pelos campos, vilarejos e estradas, fazendo desde 1973 12.000 vitimas com estimativa de ainda existir centenas de aparatos nao detonados.

Laos e conhecido hoje como um dos paises mais bombardeados no mundo, e os Estados Unidos gasta 1 milhao de dolares por "ano" tentando ajudar as vitimas e o desarmamento desses dispositivos.

Turista x Viajante: A diferença entre o turista e o viajante é que um necessita algo para fazer, um mercado para comprar, um museu para visitar, um monumento para tirar foto, sempre a necessidade de "ter de fazer algo", enquanto o viajante apenas precisa sentir o lugar, parar numa esquina e ver o tempo passar, ver o trânsito caótico levantar poeira e não se intimidar em ficar ali observando, tirando suas conclusões, imaginando o dia-a-dia daqueles que por ele passa, buscando à todo momento sintonizar sua vida naquele momento, ao invés de parecer apenas um objeto deslocado, algo fora do normal, uma explosão de branco em fundo preto, ou molho de tomate derramado sobre toalha branca, assim como o turista ocasional parece para a população local.

O viajante ajuda da mesma maneira o desenvolver do lugar em que passa, assim como os turistas ele precisa se hospedar, precisa se locomover e precisa também se alimentar, mas ele se torna um foco menos presente, menos óbvio, um ser nem tão onipresente como a maioria, que precisa se identificar como alguém de fora, alguém que não pertence ali, alguém que na maioria das vezes procura a vantagem entre seu dinheiro e a moeda local para se satisfazer em luxuria, enquanto os menos afortunados se desgastam para sobreviver.

Sobre a felicidade nas pequenas coisas: Em Laos vemos pobreza por todo lado, mas não creio existir fome, e por incrível que pareça, esse povo está sempre sorrindo.

Lembrei me de minha infância no sítio vendo as crianças desse país correndo selvagem por todo lado, vivendo à beira de estradas onde caminhões passam a centímetros desses pequeninos seres, e eles apesar de tão jovens, acredito em torno de seus 2-5 anos de idade, sabem exatamente como se proteger, talvez por que nunca souberam o que é um videogame.

Se um dia for eleito presidente, criarei uma lei proibindo videogames, permissão só para maiores de dezoito anos.

Partir

Preciso de novos amores para compor como preciso do ar que respiro, necessito dessa chama de paixão para mais alto voar, no dia em que essa fonte se esgotar faço um filho, quero aprender o que é amar alguém que sou eu fora de mim mesmo, e dessa fonte imagino que inspirações nunca irão se acabar.


Tenho amigos que me inspiram e sei que à alguns também o faço, fato é que muitos deles são mesmo amigos não pelo respeito, mas pelo que compartilhamos nessa vida, seja um dia em que dormi em seus sofás, seja naquela noite em que fizemos a fogueira para esquentar a conversa.

O respeito vem junto com o tempo, dizem termos de cuidar bem dos nossos velhos amigos pois aos 30 você já não terá tanto tempo assim para o tê-los, terá sim bons amigos, mas não aqueles da adolescência que cresceram juntos, que puderam passar tardes jogando conversa fiada sentados na calçada ou brigando por amenidades.

Ah que falta me fazem eles, os amigos, quiçá um dia entendam esse mundo de saudade e distância, e que me perdoem o deixar e o partir, mas um dia isso passa, e se não passa, comigo os levo.

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