Monday 16 April 2012

...times like these











he: I've got a question...
she: go ahead!
he: I usually tend to go too far..
she: I know..
he: well.. I've got a crush on you... more like love, actually.
she: we are best friends !
he: I know.. let's make the most of it ?
she: not possible..
he: why ?
she: things are gonna change..
he: I promise it won't..
she: that's the problem.
he: I don't understand !
she: I won't change.. and there's a part of me that must be changed so I will not screw people's life up. You are gonna get hurt.
he: what doesn't kill you, makes you stronger, and I'm fucking Superman by now.
she: You are funny.
he:...and you are beautiful.
she: you are also a liar...
he: only when I'm awake..
she: god damned, can you stop smiling like this ?
he: just trying to seduce you..
she: what was the question, by the way ?
he: let's runnaway...
she: from here ??? now ??
he: from everything, whenever you like, I'm your driver..
she: don't ask twice..
he: let's runnaway ?
she: you are on a mission, ain't you ?
he: till the end..
she: what should I do with you ?
he: I've got plenty of really nice ideas..
she: come on, be serious, you are killing me with those eyes..
she: seriously, this is not a good time.. don't take advantage of me.. I'm not kidding..
he: seriously, I wanna fix whatever is broken inside..and keep the whole thing for me once is restored.
she: oh my god, you are really serious...
he: that's what I'm trying to say to you for about an hour baby..
she: I swear I'm gonna go crazy... this is too much for a conversation over a drink...
he: well, you should have told me before I had those many drinks..
she: why me ? just now ?
he: she is funny, she is smart, she is beautiful and hell, she got that smile on her face... and the truth ? wasn't just now..it's been a long while..
he: I know I'm not marriage material, but I can make it work..and I'm wearing the same perfum over and over..
she: what's it about ? with the perfum ?
he: when I'm not in love, I wear different perfum, every night, every day, so no one will get attached to it, and create a memorie of it when thinking of me.. big rule nowadays.. don't get too close, unless you are prepared to get hurt in the process...
she: you are too intense..
he: ...and so are you.
she: you are unbelievable.
he: ...and you know all my secrets.
she: and you scared the hell outta me.
he: that was necessary... starting fresh... trusting.
she: so, why did you stop mailing me ?
he: because wasn't enough..
she: ...

Monday 2 April 2012

Ser humano

Sou só humano...

...desses daí, que andam pelo mundo, com os pés descalços, roçando beira de estrada, tropeçando em pedra do caminho, que pega e atira essa pedra no rio e em janela de casa abandonada.

Herói-salvador tem aqui não, tem é João, daquele que erra, daquele que de vez em quando acerta, que sorri para tudo, que pára o sorriso quando é tudo e esse tudo é demais. Humano desses que sobe e desce serra, só pra ver o mar, só pra molhar as canelas, guardar o cheiro de maresia e trazer consigo enlatado num apanhado dentro da sacola.

Desses humanos, bem dos normais, que arranca livro ensebado do sebo por miséria, e transforma em cultura de botequim, que espalha mundo afora segredos só visitados pelas traças daquela rua úmida, de um quarteirão mal-cheiroso de um bairro velho num centro histórico qualquer.

Vez em quando vem a donzela sentar do meu lado, escutar as trovas, um tiquinho de violão desafinado, chama de "poeta", "benfeitor", "dom", "seo João", "seo galanteador", um quão qualquer, um nome sequer. Sabe ela não dos perigos dessa terra, do cunho impróprio das histórias e suas lendas, da verdade entranhada no ramo de uma roseira, daquilo que escondo entre um cochilar e outro, das coisas que não ei de soltar nem com pena de morte.

Quisera eu, humano que sou, ter tais poderes, daqueles que curam, daqueles dos santos, para tirar de ti a dor, soprar pra longe e inflar-te de melhores dias, de melhores noites, noites enluaradas com sonhos dispersos pelas madrugadas, soltos num travesseiro branco, presos somente pelas telas brancas e leves rendadas ao redor da cama, daquelas que nos protegem dos insetos barulhentos que nos roubam a paz.

Queria eu, ser menos humano, pouco mais santo, pouco menos demônio, pouco mais insano, menos Terráqueo, menos de Marte, mais de Plutão, mais eterno, posto que é chama, eterno enquanto dure, eterno enquanto foge, eterno enquanto não encontra, e quando encontrar, que volte à humanidade, um pobre mortal, para que haja o medo da morte, e que esse medo alimente o valor dos segundos que respiras, para dar valor ao que se têm e não ao que pudera ter.

Ser humano às vezes é tão solitário e ao mesmo tempo tão necessário, ser humano às vezes é a melhor solução, mas nem sempre é a melhor saída. 

...e é por essas vias de terra, de chão batido, que sigo meu caminho, em busca de algo maior, da evolução do ser, para talvez, algum dia, encontrar aquilo que já não é mais humano, algo melhor, evoluído, menos complicado, mais etéreo, menos palpável, mas tragável, mais simples em sua composição, menos cheio de sua composição, e por olhar tanto para o céu e suas estrelas nessa busca e sonho acordado, que tenho meus pés tão machucados, por não ver as pedras, tão terrenas, que insistem em ficar pelo meu caminho, e humano que sou, sigo descalço, teimoso, por esse mundo, tão humano.

Thursday 23 February 2012

Rise and Fall

...Quisera ele, deixar essa estranha dor de lado, do inconsciente, inconsequente ser que assola o pobre mortal, que mesmo de aviso, ainda assim cai nas garras do destino, esse indomável em forma de qualquer, mulher, cabelos longos, unhas e dentes.

...deixara ele ser sugado por tamanha paixão, veneno daqueles que matam devagar, lento como se movem as dunas no Sahara, sem medo, escrevera como louco por noites a fio, e se assim não fosse, as vozes o deixariam em estado catatônico pela manhã de sol, sem luz em seus olhos, sem calor em sua respiração.

...o que acontece de verdade é que a cada palavra escrita, é como se fosse um pedaço arrancado daqui, e no fim, haverá somente alma, irrefutável, etérea, inóspita num mundo cinza, prestes à amanhecer e mostrar suas luzes.

...e mesmo sabendo, do perigo que o rodeava, do amor que já o havia tomado por outras vezes, e que tantos anos lhe roubou, sua juventude, sua alma, sua força e vitalidade, deixando como pó o homem solto naquelas dunas do tempo, o qual por milênios, assim parecia, tomou forma novamente, grão à grão de areia, tornando-se novamente aquele que nascera para ser, inteiro, sem meias metades, sem meios termos, completo de novo.

...e pronto para se perder de novo, embarcou ele em mais um destino sem volta, abrindo caminho por entre, céu, terra e mar, cortando o fogo daquele inferno de Dante, deixando para trás os conselhos dos mais sábios, aventurou-se por entre o desconhecido, vingou-se do conhecido, sorriu para os descrentes, mostrou os dentes para os crentes, soltou a vela daquele barco e pôs-se a cantar rumo à um norte qualquer.

...e as cartas já não as leio mais, mas perceba, não me desfiz, em algum lugar ficará por muito tempo, uma eternidade, e quem sabe um dia, em que eu busque por um amor daqueles de filme, daqueles que funcionam como nos sonhos, só então procurarei aquelas palavras soltas ao vento, quem sabe para inspiração, quem sabe apenas para recordar uma juventude irresponsável onde brincávamos com os sentimentos uns dos outros. 

O mundo deixou de ser seu quintal por um tempo, já não via mais a passagem por entre a cerca estreita com ramos soltos convidativos, já não enxergava as portas abertas da sala em direção à rua, a janela deixou de ser um alento aos seus sonhos.

Dessa mesma janela do alento, um dia à pouco saiu em direção ao céu, como Ícaro, quis chegar até o sol com asas de cera, muito próximo cheguei, pude tocar com minhas mãos o calor intenso, e de tão próximo, me queimei e tive cicatrizes, ficarão por um longo tempo, mas vai passar, já tem passado.

Decidi fechar os olhos, procurar sentir uma brisa de qualquer que fosse a direção do vento, me deixar guiar, e com coragem, vesti novamente as botas gastas,o jeans malhado, e a camisa de forro velho, fiz a barba, lavei os cabelos, apertei o laço da bota e o cinto velho, com esforço me levantei daquela cadeira antiga deixada no canto da sala, deixei a preguiça me tomar por um instante, por pouco quase desisti, mas com alguns tapas nas pernas cansadas, espantei o pó, puxei uma gaveta daquele armário ancião, arrastei de dentro a mochila ranzinza, que teimava em reclamar, já se dizia aposentada, já não mais queria me servir.

Com um pouco de brutalidade empurrei coisas dentro daquela mochila de uma outra era, de um passado glorioso, suas alças já não eram as mesmas, rôtas, gastas e quase esfarelando, à ponto de arrebentar a qualquer segundo, pedi com gentileza que me agraciasse somente uma vez mais, e então à deixaria descansar por uma eternidade...

Nessa época da vida já se foi atingido várias vezes pelo amor e este já não evolui por si mesmo segundo as suas próprias leis desconhecidas e fatais, ante o nosso coração atônito e passivo.


Uma vez mais me deixo levar, pela estrada, sem rumo, sem defesas, sem pressa, trazendo comigo aquilo que me faz bem, pronto para tudo, que me leve outra vez para aquele porto seguro, de onde partirei naquele barco ancorado a minha espera, em direção ao norte, mas não um norte qualquer.