Friday 13 November 2009

Outono


Ele dizia a ela coisas de amor, promessas sem fundamento, porém com sentimento, e ela fingia nao entender, e dava lhe seu corpo em troca. Melhor um verdadeiro amante com mentirosas palavras do que falsos amantes e suas explicações absurdas.

Era uma boa troca de ambos lados, à ela um corpo quente e jovem onde se acabar, à ele um refúgio experiente sem a necessidade de se auto afirmar.

Ela em sua loucura premeditada por desprezo e desapego do mundo exterior se apegava aos prazeres da carne e banhos de chuva ao fim de tarde como que para lavar sua alma dos pecados passados, já ele se perdia entre suas poesias sem rima, se escondendo da civilização, uma vez que achava não se encaixar na mesma, entre uma prosa e outra buscava inspiração entre ela, mesmo que por poucos minutos.

As lágrimas dela caíram como folhas de outono, apesar de seu corpo suar naquele verão.

Ele amadureceu e o mundo colocou razão em seu caminho, optou pela fórmula prática e segura de seus avós, exemplo de familia.

Hoje ele senta na varanda e relembra a cor dos cabelos dela nas folhas por cair, vermelhas queimadas pelo sol, e ela, insandeceu naquele outono para não mais ter que chorar.

2 comments:

  1. Texto totalmente diferente dos demais. Adorei!
    Beijão Criz...ântemo!

    ReplyDelete
  2. Melancólico!! Ou é simples impressão minha? Well, no mínimo intrigante... o que não deixa de ser mais um texto interessante...!

    bjs.

    ReplyDelete