Sunday 19 July 2009

Não é todo dia que se chega aos 30...

Hoje, 19 de Julho - Domingo, é aniversário desses dois aí da foto, Anelise e Anderson (Ane e Gaúcho pros íntimos), um casal de irmãos gêmeos que ganhou um irmão pentelho à muuuitos anos atrás e que até hoje os atormenta.

Ao invés de simplesmente mandar um recadinho no Orkut dizendo o de sempre - "PARABÉNS, feliz Aniversário, tudo de bom, muita felicidade, muita saúde, dinheiro e sucesso", (não que eu deseje o contrário) preferi relembrar alguns momentos desses anos em que nos conhecemos, e tentar expressar um pouco do motivo pelo qual nos consideramos família por opção, por escolha própria e livre arbítrio.

Poderia ligar também, mas como toda família gaúcha que se preze, provavelmente estarão bem ocupados com o churrasco e qualquer distração com telefone só iria queimar a carne.

Tudo começou em 1900 e bolinha, não vou falar exatamente o ano senão me sentirei velho, acabamos nos conhecendo por acaso de amigos em comum, galera que brincava junto na rua, a famosa gangue juvenil que andava em bandos pelo bairro, haviam chego de Passo Fundo no Rio Grande do Sul à pouco tempo e moraram primeiramente no mesmo bairro que eu, e como toda boa amizade, levou-se alguns anos pra gerar aquela confiança e maturidade de amizade verdadeira.

Tínhamos as mesmas bicicletas eu e o Gaúcho, porém a minha era um tanto velha e a corrente escapava direto, engraçado era o quanto eu ficava bravo quando a gente saía pra passear e paquerar as menininhas e a minha bike resolvia dar pau, lembro do quão bravo eu ficava dos moleques dando risada da situação, eu pulando em cima da bicicleta como um homem das cavernas, tentando em vão destruí-la com minha f'úria e até hoje ele faz questão de me lembrar da cena.

A gangue juvenil também tinha um esporte bem perigoso que era o Polícia - Ladrão com armas de pressão do Paraguay, quando não treinavamos com os gatinhos da vizinhança acabavamos por tentar acertar as costas dos parceiros e daí já viu, só encrenca. Por morar no interior tínhamos vastas regiões verdes pra explorar e montar cenários de guerra, azar o nosso foi quando sem querer nossas armas de pressão atingiram uma colméia fenomenal de abelhas assassinas, escapamos por pouco e mesmo assim muita gente ficou com alguns ferrões pra contar a história.

Curtíamos também entrar em lamaçal e ficar escorregando de toda forma imaginavel, além é claro, das guerrinhas de barro que doíam tanto quanto as armas de pressão do Paraguay.
Essa foto foi numa dessas aventuras, tirada pela dona Lourdes - mãe dos gêmeos e minha mãe postiça, um pouco antes de tomarmos um banho de mangueira no jardim da casa deles, acredito que tenha sido em 1991-1992.

Fomos Escoteiros também, aprendemos a dirigir na mesma época, devíamos ter uns 15-16 anos de idade e nossos pais tínham um Corcel II, fazíamos apostas ridículas só pra se aparecer pras menininhas (uma delas foi que eu deveria passar de bike na frente de uma multidão com a calça abaixada mostrando a bunda, não me pergunte o que isso somou em popularidade com elas..).

Tivemos uma equipe de DJ's, onde cada um entrava com algum equipamento e expertise pra fazermos os "bailinhos", e quando chegou a época do colégio, sem ninguém ter combinado, acabamos estudando juntos - mesma classe, nos formamos técnicos eletrônicos, nesse meio tempo eu e o Anderson acabamos trabalhando juntos na mesma assistência técnica, dividimos marmita, pão pullman com mortadela ou presunto e mussarela e toddynho, muitas risadas se seguiram nesse tempo e então tivemos nossos primeiros carros, depois nossas motos - e que motos - mesma cilindrada (mas a minha sempre andava mais ;-), nossas carreiras seguiram cada uma pra uma direção mas cada qual com seu caminho direcionado, não longe um do outro, nada diferente na procura pela felicidade.

Em momentos de crise na adolescência eu sonhava morar com eles, fugir de casa era sempre uma possibilidade (nem todo mundo é perfeito, nem todo mundo é são à todo o tempo), e pra mim essa família era e é um exemplo de relacionamento, claro que hoje mais maduro vejo claramente que minha família também era e é perfeita, só dependia de perspectiva.

A Ane sempre foi a irmã que eu não tive, alguém que me deu conselhos sobre como "xavecar" as garotas, me deu conselhos (que eu quase nunca escutei, sempre fui teimoso), e que sempre tirou sarro das minhas bochechas, mesmo assim nunca guardei mágoa, só uma vez que dei um susto nela que valeu pelo resto da vida, e essa história, eu sempre deixo pra ela contar...

Hoje esses dois estão casados, a Ane esperando o Raul, seu primeiro filho, e ambos felizes com o sorriso chegando nas orelhas, cada um com seu par ideal, cada qual com seu sucesso pessoal e acredito que na soma desses 30 anos de idade, estamos indo por um bom caminho, e sinto um orgulho de tê-los como parte da minha vida.

Parabéns e tudo de bom,
Checha (apelido derivado de "boCHECHA" que eles me deram carinhosamente na infância)

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