Já era hora de eu voltar a escrever para o que realmente meu blog é dedicado, viagens e experiências ao redor do mundo.
Apesar de escrever tanto à respeito de sentimentos, momentos e amizades, dificilmente conto sobre eu mesmo, e nesse momento da minha vida sinto essa necessidade, de dizer meus medos, anseios e vontades.
Meu tempo nessa minha morada em Londres está se esgotando, foram longos 3 anos de aventuras, estudos, bonança e dificuldades, logo mais parto daqui para talvez não mais voltar, quem sabe uma visita rápida daqui uns anos? De qualquer maneira vou para meu próximo destino: Ásia
Em poucos meses saio daqui em direção à minha casa, Brasil, porém vou pelo caminho mais longo, quero antes ver o que tem lá do outro lado do mundo e experimentar, não somente tirar fotos e provar comidas diferentes, preciso andar nessa terra batida e conversar numa língua que não entendo, quero me sentir uma criança de 5 anos que não sabe ler, escrever e poderá pouco se comunicar, preocupado com todo risco que existe num mundo novo, como quando somos crianças e temos medo de atravessar a rua, será assim pra mim daqui pouco tempo, já se imaginou atravessando a rua numa caótica Nova Delhi na India? Experimentando algo que você não consegue identificar numa feira no Vietnam? Entrando em águas límpidas que podem conter tubarões assassinos na Thailandia?
Isso tudo me faz querer ir, não é síndrome de Peter Pan, vontade de continuar criança, mas sim a vontade de crescer mais à partir de novas experiências que não temos acesso em nosso dia-a-dia no ocidente, mas nesse momento o meu medo é querer ir rápido demais, lembrando a todo momento que o destino final é minha casa, meu porto seguro, família e amigos. Preciso tirar essa ansiedade da minha cabeça e procurar viver os dias que virão, preciso criar a paciência dos idosos e a curiosidade das crianças para que essa fórmula funcione.
Apesar de minha vida aparentar ser toda sobre viagens, ledo engano. Muito do meu tempo é creditado em se preocupar com futuro, carreira, ambições e como inspirar as pessoas à sair do sofá, tarefa tão difícil. Quando as pessoas dizem querer ver o mundo por meus olhos, busco contar tudo pela metade mas com pontos chaves para instigar à ir com as próprias pernas, apesar de parecer impossível para quem tem sua família e contas no final do mês, existe sempre uma porta aberta para esse mundo que só depende de você atravessar e seguir andando.
Como dizia antes, minhas viagens podem ser um tanto épicas em proporções, mas são apenas algumas semanas ou no próximo destino, meses, mas o resto do tempo é trabalhando, estudando e tentando achar um balanço em não se tornar 100% viajante como muitos americanos que trabalham 2 anos para viajar 1 (nada errado com isso, questão de escolha e opinião), mas também quero não me tornar o cara do escritório que trabalha 12 horas por dia e leva trabalho pra casa no final de semana, sempre sonhando como seria a vida pescando em Bali.
Preciso sim atingir um nível de intelecto e profissionalismo que me permita escolher durante minha vida quando dispender esse tempo em determinada opção, não apenas por que entrei na corrida corporativa e agora tenho de manter meu status e estilo de vida, nesse exato momento descobri que o bem mais precioso na vida do homo sapiens desse século é o "tempo". Muitos de nós ao invés de pensar nos benefícios que teremos ao ter um tempo de férias, pensamos primeiramente em quanto deixaremos de ganhar ou quanto perderemos estando longe do trabalho descansando, e então ponderamos que precisamos pagar esse "preço" por que será saudável e teremos mais energia para continuar a corrida no resto do ano, soa familiar?
A fórmula que encontrei nesse meio tempo foi estudar primeiro, obter algo com que você possa barganhar, usar seu conhecimento para gerar renda, depois de botar alguns "skills" em sua bagagem, trabalhe duro para conseguir o dinheiro mas não o deixe subir a cabeça, não perca o foco, lembre se que é apenas um meio para se conseguir os fins, ache tempo para ler e se mantenha informado, veja seus amigos nem que seja uma vez por mês, e então você aprendera o valor da amizade, dará importância aquele único final de semana que conseguiu livre e depois, quando chegar ao seu objetivo financeiro, viva o que sonhou, mas não disperdice, aprenda o valor daquilo que suou para ter, e ache a simplicidade em tudo o que procura, na maioria das vezes a felicidade vem junto no pacote.
E então, recomece tudo de novo, mude a agenda, refaça o calendário, estude mais, dance mais, conheça mais gente, deixe as pessoas de cabelos em pé quando contar seus próximos planos, e o melhor de tudo, convença essas pessoas à ir com você :-)
Durante as próximas semanas vou procurar passar para o blog tudo o que ocorre na cabeça de alguém que está não só prestes à seguir viagem para longe e por mais tempo do que uma simples férias, mas também o que é voltar à casa, deixar a estabilidade de lado e começar novamente do zero, e nesse meio tempo vou tentar te convencer não só a sair do sofá, mas também a inspirar outros à fazer.o mesmo .Comece devagar, vá a praça e veja o tempo passar, pegue a família e vá ao interior, nem que seja para almoçar na praça da matriz, perca um tempo num museu qualquer, passe a tarde na biblioteca da cidade, convide velhos amigos à tomar um café, redescubra sua vizinhança andando por ruas que não fazem parte do seu trajeto, escolha um destino no mundo e pesquise à respeito na internet, veja mapas no Google, faça de contas que você vai amanhã, e depois me diga se essa pulga de viajar não te mordeu =)
Inspire-se